Coco ralado importado é produzido em condições precárias, alerta Sindcoco

Fonte: Globo


Postado em 2018-11-23



O aumento das importações de coco ralado tem preocupado os produtores brasileiros. E a fim de reduzir os impactos que as compras externas estão causando no mercado interno, o Sindicato dos Produtores de Coco do Brasil (Sindcoco) pediu ao Ministério da Agricultura que algumas regras fossem criadas para a importação do produto, em geral oriundo da Ásia e da América Central.

Na avaliação de Francisco de Paula Domingues Porto, presidente do Sindcoco, as importações deveriam conter documentações comprobatórias de aspectos higiênico-sanitários da legislação brasileira. “O fornecedor estrangeiro deveria ter a obrigação de apresentar às autoridades sanitárias brasileiras, evidências do atendimento às boas práticas de fabricação, o que não ocorre”, diz.

E isso não acontece, segundo o executivo, justamente devido à precariedade das instalações. Há cinco anos, o Brasil exportava 40 toneladas e importava 2,7 mil toneladas de coco ralado. No ano passado as vendas externas caíram para 19,6 toneladas, enquanto a importação disparou para 5,3 mil toneladas.

“E este ano as importações estão ainda maiores”, diz Porto que defende que o produtor nacional está sem condições de concorrer com o produto importado, “que é fabricado em países miseráveis que exploram seus trabalhadores”, diz Porto.

Entre os aspectos que o presidente do Sindcoco considera mais críticos destacam-se as condições ambientais, instalações fabris, equipamentos e utensílios usados na fabricação, tecnologia empregada, procedimentos operacionais,armazenamento, transporte e distribuição. “Enquanto o Brasil investe na modernização de suas fábricas, o brasileiro consome um produto importado de baixa qualidade”, diz Porto que visitou diversas regiões regiões produtoras da América Central.