Importação de coco sobe 217% e afeta produtor

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Postado em 24/ 11/ 2012



Os produtores de coco querem uma forte atuação do governo brasileiro com relação às importações do produto, que dispararam neste ano. "Queremos igualdade nas condições da qualidade do produto", diz Francisco de Paula Domingues Porto, presidente do Sindcoco (Sindicato Nacional dos Produtores de Coco do Brasil). Segundo ele, as exigências internas -tanto na questão trabalhista como na de qualidade dos produtos- são grandes, o que não ocorre com o produto que vem dos países asiáticos. As condições de produção e sociais dos produtores asiáticos estão bem abaixo das dos brasileiros, afirma. Com isso, o produto chega ao país com preços aviltados. As importações totais de coco seco, sem casca, ou ralado atingiram R$ 17,9 milhões de janeiro a novembro, 217% mais do que em igual período do ano anterior. No mesmo período, o volume de coco que entrou no país atingiu 6.834 toneladas, 55% mais do que o de janeiro a novembro de 2010. As importações cresceram 805% nos últimos cinco anos, conforme dados da Secex. Dois países se destacam mas exportações para o Brasil: Indonésia e Tailândia. O Brasil gastou US$ 8,33 milhões com compras de coco dos indonésios, enquanto as importações dos tailandeses somaram US$ 3,2 milhões neste ano. Vietnã, Cingapura e China também se somam a essa lista de exportadores de coco seco para o Brasil. Porto diz que essas importações de produtos fora dos padrões exigidos dos brasileiros afeta 224 mil produtores nacionais, que plantam em área média de 17,5 hectares cada um. A produção, praticamente toda no Nordeste, é feita por pequenos produtores, segundo o presidente do Sindcoco. O coco é um meio de subsistência para esses pequenos agricultores, diz ele. Além do coco, os produtores utilizam a área para outras culturas, como a mandioca, e para a criação de pequenos animais. Boi A arroba de boi continua perdendo preço no mercado paulista. Alguns frigoríficos ofereceram R$ 97 pela arroba de gado pronto ontem, segundo pesquisa da Folha. Há negócios, ainda, a R$ 100. Álcool O etanol hidratado foi negociado ontem a R$ 1,317 por litro na BM&FBovespa, com recuperação em relação aos valores de segunda-feira, mas ainda inferiores ao R$ 1,322 de sexta-feira. Sem queda Os produtos agrícolas tiveram pouca variação de preços ontem em Nova York e em Chicago. Cacau e trigo foram os que mais subiram. ZINCO -1,18% Ontem, em Londres PRATA +0,84 Ontem, em Nova York Brasil Foods diz não temer a Argentina Os problemas políticos enfrentados pelos produtores de carnes na Argentina não assustam a Brasil Foods. A empresa, que escolheu ficar com empresas argentinas na troca de ativos com a Marfrig, afirma que o país pode se tornar uma plataforma exportadora de aves. "A Argentina tem baixo custo de produção de grãos, mas ainda não participa do mercado mundial de aves. Queremos duplicar a produção de frangos no país", diz o presidente da BRF, José Antonio do Prado Fay. Em outubro, a BRF comprou participação na Avex, exportadora de aves. Ao fechar negócio com a Marfrig, garantiu presença no mercado interno, com a aquisição da marca Paty, de alimentos processados, e suas fábricas. "Na Argentina, é preciso estar com as duas pernas para garantir equilíbrio de faturamento entre moeda local e dólar", afirma Fay. Folha de S. Paulo